A gestão financeira corporativa demanda precisão e regras bem definidas para manter a integridade de registros e atender a exigências de auditoria e controles internos. Um dos processos recorrentes nesse contexto é o estorno de títulos financeiros, especialmente quando se trata de ajustes após a liberação de prestações de contas. Este procedimento é fundamental para corrigir operações registradas incorretamente ou para reverter aprovações que, por algum motivo, não devem seguir adiante no fluxo financeiro.
Quando um título é gerado a partir da prestação de contas e encaminhado para o setor financeiro, o sistema de gestão normalmente bloqueia sua exclusão direta. Isso ocorre porque, após a aprovação de um gestor, o controle sobre as operações financeiras é ampliado para proteger informações, cumprir políticas contábeis e evitar inconsistências nos relatórios. Por isso, não é permitido simplesmente buscar e deletar títulos nessas situações, sendo necessário adotar procedimentos específicos para garantir rastreabilidade e segurança.
A alternativa permitida pelos sistemas é o estorno da liberação realizada. Para efetuar esse procedimento, o responsável deve acessar a funcionalidade de prestação de contas, identificar a operação que foi previamente liberada ao financeiro e utilizar opções do sistema destinadas à reversão dessa liberação, geralmente disponíveis em menus ou botões específicos como ‘Outras ações’ e em seguida ‘Estornar Liberação’. Este passo é cuidadosamente registrado pelo sistema, garantindo que todo o histórico da transação fique acessível para futuras auditorias e verificações internas.
O estorno da liberação pode ser necessário em situações como erro no valor informado, destino incorreto do pagamento, ou reconsideração do gestor responsável pelo centro de custos. Por exemplo, caso uma despesa de viagem tenha sido lançada em um centro de custos incorreto e aprovada, será preciso reverter a operação através do estorno, antes de corrigir e relançar na categoria correta. Isso evita pagamentos indevidos e mantém a integridade das informações financeiras, reduzindo o risco de impactos negativos em demonstrações contábeis e relatórios gerenciais.
Além disso, esse processo é fundamental para empresas que têm processos auditados regularmente, pois facilita a comprovação de que todos os ajustes passaram por rotinas oficiais do sistema e foram devidamente documentados. O histórico do estorno também pode ser utilizado como referência em futuras análises de conformidade e fiscalização, proporcionando transparência e eficiência ao setor financeiro.
Em resumo, o estorno de liberação financeira em sistemas de ERP é um mecanismo essencial para a segurança da informação e o correto andamento dos processos internos. Entender e aplicar corretamente esse procedimento contribui para a saúde financeira da organização e para o atendimento às boas práticas de governança corporativa.